“Não tenha medo de dar um grande passo, caso ele seja recomendável; é impossível atravessar um abismo com dois saltos pequenos.”
Três anos, quanta coisa pode acontecer em três anos. Fazia três anos que Lua não o via. Três anos sem sentir o seu cheiro, tocar sua pelo, ou mesmo ver seu rosto sorrindo ao olhá-la. Três anos, o que poderia ser para sempre, virou para nunca. As brigas depois de um ano ficaram constantes, e depois de dois insuportáveis. Acharam melhor se separar, mas isso não quer dizer que ela não continuava o amando incondicionalmente, cada vez que olhava para Rafael, se lembrava dele e mesmo Rafael se parecendo mais com Lua no começo, a cada vez que crescia os traços de Arthur ficavam cada vez mais nítidos nele, já Juliana se parecia mais com ela. Era janeiro, tempo de férias. Rafael passava o mês com o pai e Lua se sentia sozinha, pois Juliana tinha ido viajar junto com Sophia e Micael. Agora ela estava sentada em frente a televisão com uma panela de brigadeiro no colo lembrando de Arthur, coisa que ela fazia muito ultimamente, mas o pior ainda estava por vir. Seu telefone tocou e as notícias não eram nada boas .
Casa dos Aguiar...
- Arthur, meu filho! To te chamando a uns cinco minutos – disse a mãe de Arthur estalando os dedos na sua frente
- Literalmente – sussurrou Arthur
- Como? – perguntou a mãe dele não entendendo
- Nada, mãe. Cadê o Rafael? – perguntou Arthur sério
- Está dormindo. Arthur... – começou Kátia, sua mãe
- Fala – disse Arthur curioso
- Você não acha que está na hora de voltar a morar na sua casa? – perguntou Kátia gentil
- Não é minha casa mãe é da...dos Blanco – disse Arthur evitando falar no nome de Lua, como se o nome o lembrasse de coisas que ele não queria.
- A partir do momento que você casou-se com ela a casa também é sua e você tem direito, além do mais ela está morando em outra cidade não ia querer morar lá mesmo. – disse Kátia.
- Você tem razão mãe. A casa também e minha e seria mais conforto pro Rafael voltar a morar na casa em que ele nasceu e depois que mal pode haver nisso? – disse Arthur sorrindo
No escritório do patrão da Lua ...
- Senhor, não quero ser inconveniente, mas porque o senhor me chamou aqui? – perguntou Lua curiosa
- Não sei se são boas notícias pra você Lua – disse João, o patrão de Lua sério.
- Mas o que pode ser tão ruim assim? – perguntou Lua
- Você ter que voltar pro Rio de Janeiro – disse João
- Voltar pro RIO ? PRA QUE? – perguntou Lua incrédula
- Infelizmente a empresa quer te transferir de volta. Você vai ganhar a mesma coisa, mas estão precisando de pessoas lá e mais ninguém aqui. – disse João calmo
- E se eu disser não? – disse Lua irritada
- Vai ser demitida e colocamos outra no seu lugar. Gente procurando emprego é o que não falta – disse João curto e grosso
- Isso é realmente necessário? – perguntou Lua quase como uma suplica
- É. Quando você voltar das férias já vai começar a trabalhar lá. Olhe pelo lado bom, vai voltar a ficar perto da empresa da família, ver as coisas de perto. Soube que seu advogado ficou tomando conta da sua parte, agora não vai precisar mais disso. – disse João
- É deve ser.. – disse Lua pensando na possibilidade de encontrar Arthur novamente
- Bem então estamos conversados, sua transferência será encaminhada. Amanhã mesmo você pode se mudar de volta pro Rio. Isso não será problema, não é? – disse João oferecendo a sua mão a Lua
- Absolutamente – disse Lua apertando a mão dele ela pensava que realmente não seria problema, voltaria pra sua casa.
Soube por Mel que Arthur agora estava na casa dos pais, e ela só voltaria pro Rio e não para Arthur. Voltaria pra casa dela, que mal pode haver nisso?
Lembrou-se de Juliana e pegou o telefone e ligou para sua princesinha, já estava com saudades.
- Alô? - Disse Sophia gargalhando.
- Cade minha princesa?
- Também te amo amiga - falou divertida - Vou passar pra ela.
- Alo, mamãe? - disse a pequena.
- Oi meu amor, mamãe tá com saudade - fez bico.
- Eu sonhei com você, sabia?
- É? como foi? - Perguntou curiosa.
Ficou conversando com a Filha durante um tempo e desligou o celular...
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