(Arthur narrando) Depois da pequena “discussão” que tive com Lua, fui até a cantina da escola. Será que Lua teria coragem e seria capaz de sair com o Gustavo e trair o Thiago. É claro que estou preocupado, pois o Thiago me mandou ficar de olho nela e é isso que eu vou fazer.
- Gatinho. – sentou no meu colo, sem ser convidada. – Quero um beijo. – Giovana fez um bico e eu lhe dei um selinho. – Que beijinho mixuruca. – sorriu maliciosa. Segurou meu rosto e tascou um beijo em mim.
Arthur: Giovana. – a repreendi. É claro que não vou descrever aqui como o foi o beijo, não é? – Controle-se. – vi que Giovana olhava, com raiva, para outro lugar.
Giovana: Acho que a feiosa não gostou muito do nosso beijo. – apontou Lua que nos olhava do outro lado da cantina.
Arthur: Lua. – sussurrei ao vê-la cabisbaixa. Tirei Giovana do meu colo, mas ela sentou novamente.
Giovana: Vem gatinho. – tentei tirá-la do meu colo, mas Giovana não saia. – Ela já foi. – disse ao ver Lua saindo da cantina. – É bom, só assim ficaremos á vontade. – beijou-me outra vez, dessa vez, consegui empurrá-la.
Arthur: Está maluca. – a empurrei e Giovana caiu no chão. – Nunca mais ouse tocar em mim, entendeu? – gritei para que ela escutasse.
Giovana: Eu sou maluca por você gatinho. – abaixou-se até meus pés, os agarrando. – Ficou assim pela Lua, foi? Coitada, agora sim ela tem motivos para chorar. – sorriu maléfica.
Arthur: Você é pior do que eu imaginava. – a soltei do meu pé e sai.
Já ia procurar Lua, mas o sinal tocou. Fui para a sala, cheguei lá, vi que ela já estava sentada em seu lugar. Sentei-me e quando virei para começar a falar, a professora entrou na sala dando inicio á aula. Logo chegou o intervalo, Lua saiu da sala e eu a segui. Ela foi até o jardim e sentou-se embaixo da árvore, apoiando sua cabeça em seus joelhos. Preocupado, eu me aproximei dela.
Arthur: O que aconteceu? – Lua levantou a cabeça, rapidamente e começou a enxugar suas lágrimas. – Estava chorando? – sentei-me em sua frente.
Lua: Deixe-me em paz. – olhou para os lados. – Não aconteceu nada, só quero ficar sozinha. – percebi que ela mentia.
Arthur: O que aconteceu? – repeti. – Fala. O que você tem? – Lua continuou calada. – Não acredito. – levantei. – Vim aqui, todo preocupado, querendo saber o que você tem, e o que você faz? Fingi ser surda. – ironizei irritado.
Lua: Se veio aqui foi por que você quis, eu não pedi. – encarou-me. – Estou cansada de ser vista como a coitadinha. – levantou-se, também. – Eu tenho o meu valor. Vou aprender a gostar de quem gosta de mim. – forçou um sorriso.
Arthur: Por que está dizendo isso? – franzi o cenho, um tanto, confuso.
Lua: Não lhe interessa. – mas que mal educada. Dito isso, Lua retira-se me deixando com cara de pateta.
Nossa, a Lua sempre me deixa no vácuo. Eu sabia que gostar de alguém não me levaria a nada, cansei de só levar patada da Lua. Voltarei a ser quem eu era antes, digamos que, gostando dela eu estava perdendo minha identidade de “garanhão”, mas eu acho que a encontrei novamente.
(Lua narrando) Minha mãe me ligou e disse que José passou mal, por tanto não viria me buscar. Meu pai estava trabalhando e como minha mãe não sabia dirigir, eu fui obrigada a voltar para casa de pés. Peguei meu fone de ouvido, dentro da bolsa, e os coloquei no volume máximo, começando minha “caminhada”.
Lua : Eu nunca acreditei que era mesmo pra valer. Eu nunca admiti que me importava com você. – cantei a 2° estrofe da música de Manuela Gavassi, minha cantora teen, até então, preferida. – Por gostar tanto assim de você. – cantei a ultima linha da mesma estrofe.
- Lua. – escutei uma voz abafada gritar. Tirei o fone do meu ouvido e olhei para o meu lado. Arthur estava em seu carro, me acompanhando lentamente. – Entra. – neguei com a cabeça. – Vai chover. – der repente começou a chover. Ele me soltou um sorriso vitorioso e eu entrei no carro.
Lua: Está me seguindo? – perguntei irônica. – Ou está me arrogando? – perguntei referindo-me a chuva.
Arthur: Por que está me tratando assim? – ele mantinha seus olhos na estrada. – Sabia que eu me importo com isso? – perguntou.
Lua: Um dia você entenderá por que te trato dessa maneira. – torci para que ele não me fizesse nenhuma outra pergunta. Paramos em um sinal que estava vermelho. – Por que está me olhando assim? – senti seu olhar me queimar.
Arthur: O que está pensando? – eu observava a estrada, pensativa. – Você sempre oculta de mim o que está pensando. – acusou-me. – Você corta algumas partes, isso é suficiente para me deixar louco. – sorriu nervoso.
Lua: Sabe o que estou pensando, agora? – Thur negou com a cabeça. – Tento descobrir quem você é. – falei sincera olhando seus olhos.
Arthur: Já me fiz essa pergunta várias vezes, mas sobre você: “Quem é você Lua Maria?” – acariciou a minha bochecha.
Lua: Chegou a alguma conclusão? – perguntei fechando os olhos ao sentir seu toque quente com sua áspera mão.
Arthur: Estou quase. – abri os olhos e o vi sorrindo para mim.
Aos poucos nossos sorrisos se desfizeram. Logo nos aproximamos mais e mais. Nossas respirações já ofegavam e se misturava, eu podia sentir a quente respiração de Arthur em meu rosto. Ele pôs atrás da minha orelha, uma mecha da franja que insistia em cair sobre meus olhos. Faltavam, apenas, centímetros para nos beijarmos quando uma buzina atrapalhou tudo. O sinal já estava aberto.
Arthur: O sinal está verde. – apontei para nossa frente. Separei de Arthur, MUITO frustrada.
Arthur: Sim, o sinal. – ele negou com a cabeça, MUITO desconcertado. – Desculpe-me. – sorriu sem graça. Retribui o sorriso.
No resto do caminho, não trocamos nenhuma palavra. Arthur e eu estávamos muito envergonhados, e frustrados, para puxar algum assunto, um com o outro.
Lua: Obrigada por me trazer. – destravei o cinto de segurança. – Desculpa o incomodo. – sorri sem jeito.
Arthur: Não tem problema algum. – sorriu gentil e eu saltei do carro. Christopher me mandou um tchauzinho e logo saiu em disparada.
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