terça-feira, 10 de junho de 2014

56° e 57° Capítulo - Odeio Amar você

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(Lua narrando) Minha mãe me ligou e disse que José passou mal, por tanto não viria me buscar. Meu pai estava trabalhando e como minha mãe não sabia dirigir, eu fui obrigada a voltar para casa de pés. Peguei meu fone de ouvido, dentro da bolsa, e os coloquei no volume máximo, começando minha “caminhada”.

Lua: Eu nunca acreditei que era mesmo pra valer. Eu nunca admiti que me importava com você. – cantei a 2° estrofe da música de Manuela Gavassi, minha cantora teen, até então, preferida. – Por gostar tanto assim de você. – cantei a ultima linha da mesma estrofe.

- Lua. – escutei uma voz abafada gritar. Tirei o fone do meu ouvido e olhei para o meu lado. Arthur estava em seu carro, me acompanhando lentamente. – Entra. – neguei com a cabeça. – Vai chover. – der repente começou a chover. Ele me soltou um sorriso vitorioso e eu entrei no carro.

Lua: Está me seguindo? – perguntei irônica. – Ou está me arrogando? – perguntei referindo-me a chuva.

Arthur: Por que está me tratando assim? – ele mantinha seus olhos na estrada. – Sabia que eu me importo com isso? – perguntou.

Lua: Um dia você entenderá por que te trato dessa maneira. – torci para que ele não me fizesse nenhuma outra pergunta. Paramos em um sinal que estava vermelho. – Por que está me olhando assim? – senti seu olhar me queimar.

Arthur: O que está pensando? – eu observava a estrada, pensativa. – Você sempre oculta de mim o que está pensando. – acusou-me. – Você corta algumas partes, isso é suficiente para me deixar louco. – sorriu nervoso.

Lua: Sabe o que estou pensando, agora? – Arthur negou com a cabeça. – Tento descobrir quem você é. – falei sincera olhando seus olhos.

Arthur: Já me fiz essa pergunta várias vezes, mas sobre você: “Quem é você Lua Maria?” – acariciou a minha bochecha.

Lua: Chegou a alguma conclusão? – perguntei fechando os olhos ao sentir seu toque quente com sua áspera mão.

Arthur: Estou quase. – abri os olhos e o vi sorrindo para mim.

Aos poucos nossos sorrisos se desfizeram. Logo nos aproximamos mais e mais. Nossas respirações já ofegavam e se misturava, eu podia sentir a quente respiração de Arthur em meu rosto. Ele pôs atrás da minha orelha, uma mecha da franja que insistia em cair sobre meus olhos. Faltavam, apenas, centímetros para nos beijarmos quando uma buzina atrapalhou tudo. O sinal já estava aberto.

Lua: O sinal está verde. – apontei para nossa frente. Separei de Arthur, MUITO frustrada.

Arthur: Sim, o sinal. – ele negou com a cabeça, MUITO desconcertado. – Desculpe-me. – sorriu sem graça. Retribui o sorriso.

No resto do caminho, não trocamos nenhuma palavra. Arthur e eu estávamos muito envergonhados, e frustrados, para puxar algum assunto, um com o outro.

Lua: Obrigada por me trazer. – destravei o cinto de segurança. – Desculpa o incomodo. – sorri sem jeito.

Arthur: Não tem problema algum. – sorriu gentil e eu saltei do carro. Arthurme mandou um tchauzinho e logo saiu em disparada.

(Lua narrando) Acordei-me pela manhã, estava com muito sono, pra variar, mas levantei. Fiz minha higiene matinal, tomei um relaxante banho e vesti meu uniforme. Desci as escadas, mas não encontrei minha mãe, que de manhã assisti o canal culinário, estranhei isso. Logo chamei José que me levou para o colégio.

Sophia: Lua, esse fim de semana é a trilha. – falou após chegar a mim. Estava ofegante, pela corrida que deu a me ver entrar na escola. – Estou tão ansiosa. – deu um gritinho escandaloso.

Lua: Também estou, mas não saio por aí deixando as pessoas surdas. – tampei meus ouvidos. Sophia me soltou um risinho amarelo.

Sophia: Arthur estava lhe procurando. – falou olhando as unhas. – Quer te dá alguma coisa, mas não me disse o que era. – falou sem importância alguma.

Lua: Procurando-me? – perguntei surpresa. – Tem certeza? – Sophia assentiu. – Vou procurá-lo. – sorri, fiquei feliz em saber que Arthur me procurava.

Sophia: Só não demora muito, daqui a pouco o sinal vai tocar. – avisou-me, concordei e sai.

O que será que o Arthur quer comigo? Só indo atrás dele para descobrir. Assim com eu, Arthur ama o jardim do colégio, então foi o primeiro lugar que eu fui procurá-lo. Fitei Arthur de longe, ele estava sentado no banco do jardim. Respirei fundo e caminhei até lá. Sentei ao lado de Arthur que virou para me encarar.

Lua: Oi. – falei fitando o chão. – Soph me disse que você estava me procurando. – o olhei e ele assentiu concordando. – O que quer comigo?

Arthur: Espera. – pegou sua mochila, que estava do seu lado, e a abriu. – Aqui. – entregou-me um envelope. – Thiago mandou para você, me pediu pra te entregar. – falou insatisfeito.

Lua: Mas... O que é isso? – perguntei estranhando. Logo rasguei o envelope, tirando, de dentro, uma carta. – Uma carta? – sorri e Arthur levantou-se pegando sua mochila. – Fica. – segurei seu braço. – Não precisa ir embora só por causa da carta.

Logo a abri, na frente da carta estava escrito “Thiago para Lua”, tinha até um aroma especial. Thiago é realmente encantador. Olhei para Arthur que balançava os pés, impaciente, e comecei a ler:

 “Lua meu amor,

O certo seria eu estar agora na sua frente e te olhando nos olhos para te falar todas essas coisas, pessoalmente. Mas creio que você sabe que eu tive que viajar as pressas, pois aconteceu um grave acidente com meu pai. Enfim, escrevi esta carta para te informar que, infelizmente, não vou mais voltar para o Rio. Já peguei todas as minhas coisas na casa do Arthur e estou morando aqui, com meus pais. Eu te amo muito Lua, mas eu não podia deixar meus pais sozinhos, nesse momento. Com o coração partido, estou escrevendo essa carta e dizendo que não somos mais namorados, pois acho que um relacionamento á distância nunca vai dar certo. Eu não queria isso, mas também não tenho muitas escolhas.

Beijos do Thiago.

Amo-te.”

Arthur: Não acredito. – sorriu abertamente. – Você está solteira. – sorriu mais ainda. – Não namora mais o Thiago.

Lua: Pois é. – sorri de leve, me sentindo, de certa forma, aliviada. – Está muito feliz, não? – sorri quando ele reprimiu um sorriso e deu de ombros.

Finalmente, estou livre. Não que eu odiasse namorar o Thiago, mas não tem nada a ver isso.

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