(Lua narrando) Depois de andar por horas e horas naquela mata, que já me dava medo pela sua aparência assustadora, eu tinha a impressão de que já havíamos passado por ali antes, mas não comentei nada. Depois de mais algum tempo andando, paramos em frente a cabana que dormimos noite passada.
Lua: Andamos em vão. – passei minha mão pela testa para limpar o suor que escorria. – Estávamos andando em círculo, Arthur. – falei desesperada. – Eu não aguento mais. – disse chorosa.
Arthur: Vamos entrar para descansar, está bem? – assenti. Apressamos o passo e entramos, novamente, na cabana abandonada. - Já está escuro, é melhor continuarmos a caminhada amanhã. – pôs sua mochila no chão.
Lua: Está muito cansado? – Arthur assentiu. Mas que pergunta idiota! É claro que ele está cansado, coitado! – Então, vamos dormir? – ele assentiu, outra vez.
Arthur: Boa noite. – nos deitamos em um colchão que tinha no canto da casa. Viramos cada um para um lado.
Lua: Thur? – ouvi o seu resmungo, então continuei á falar. – Por que me odiou tanto quando me conheceu? – perguntei sem pensar. O impulso me levou á isso.
Arthur: Eu nunca te odiei, pelo contrário. – virou-se para me encarar e eu continuei imóvel. – Eu fingia não gostar de você por que você me fazia te desejar muito. – virei para encará-lo e Arthur sorriu desconcertado.
Lua: Thur. – sussurrei. – Eu não sei o que vai acontecer conosco. Não sei se vamos voltar para nossas casa, não sei se vamos sobreviver á isso. Por tanto eu vou te falar algo que já não estou mais aguentando guardar só para mim.
Arthur: Pode falar. – me incentivou á contar e eu fiquei calada. Oh Deus, eu preciso de mais coragem para lhe contar o que estou sentindo. – Fale Lua. Estou esperando. – insistiu.
Lua: Eu não sei se é amor. – não disse um “estou apaixonada por você”, pois não quis parecer fissurada. – Eu não consigo evitar. Eu só vivo pensando em você, você não sai da minha cabeça mais. O tempo todo tento imaginar o que você pensa, sente, com quem está, o que está fazendo... Eu acho que te amo. – confessei. Ou eu falava agora, ou falava nunca mais. Falei tudo olhando nos seus olhos.
Arthur: Pequena. – sorriu terno, acariciando meu rosto. – Eu também não posso dizer se é amor, até por que nunca senti isso por ninguém, nem faço idéia de como é estar apaixonado, mas... Eu gosto muito de você Dulce, não é como amiga, só pra constar. – sorrimos. – Você é especial pra mim, é diferente. Nunca senti por ninguém o que sinto quando estou com você.
Lua: Foi muito bom desabafar tudo com você. – sorri sem graça. – Já não aguentava mais guardar tudo isso pra mim. – pausei e continuei. – Então quer dizer que gosta de mim. – sorri abertamente.
Arthur: Defina gostar. – ergueu a sobrancelha. – Não durmo. Sinto-me enjoado como se estivesse algo no meu estômago, agitando. – gesticulava com as mãos.
Lua: Borboletas? – Arthur assentiu. – Não acredito que isso está acontecendo. Arthur você gosta mesmo de mim. – sorri feliz e Arthur continuou inexpressível.
Arthur: Ninguém está mais surpreso ou envergonhado do que eu. – fez bico e eu sorri do seu jeito. Parecia um crianção, ou melhor, um bebezão. Meu bebê.
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